A direita brasileira,
representada pelo PSDB e Cia. é mesmo “sui-gêneris”; nunca assimilou o golpe
representado pela ascensão de um trabalhador nordestino, semi-analfabeto, que
mal sabe se expressar no idioma nativo, à Presidência da República. Primeiro,
dizia que Lula não se elegeria, depois de conhecido o resultado das urnas
falava à “boca pequena” que não tomaria posse (certamente esperava outro golpe
militar). Depois da posse e sabedora dos buracos e armadilhas que ela mesma
deixou nas rampas e gabinetes do Palácio do Planalto (mensalão mineiro e
outros) dizia que ele não governava.
Governou,
e governou muito bem. Interessante é que no início de seu mandato, tanto os
setores mais radicais da base de apoio quanto a oposição, em peso, o criticaram
exatamente pela desenvoltura com que Lula deu prosseguimento aos programas que
vinham dando certo no governo de Fernando Henrique, os radicais, porque não
admitiam nem por hipótese, defender uma ideia gestada na “direita reacionária”,
daí muitos terem se abrigado em siglas mais à esquerda, como PSOL e agora a
REDE de Marina Silva. A oposição, porque não esperava que um metalúrgico
forjado em oficinas sindicais fosse capaz de colocar nos trilhos uma locomotiva
chamada Brasil.
Não
sei se naquele momento Lula tinha consciência disto, mas o certo é que além de
ter conduzido o País a um porto seguro, evitando as tempestades de dentro e de
fora, ainda desmontou o palanque das oposições que ficaram literalmente sem
bandeira para defender. Uma verdadeira
jogada de mestre. Como diria meu saudoso avô, a oposição está no
mato sem cachorro, os mitos criados para maquiar a eficiência dos tucanos foram
e estão sendo derrubados quais pinos de boliche.
Também
muito estranho é o conceito de democracia defendido por parte da mídia
brasileira (leia-se: Civitas, Marinhos, Frias, etc.) e pela direita
reacionária. Para eles uma eleição que elege no primeiro turno, um presidente
da república não pode ser considerada democrática, nem aqui nem na Venezuela;
assim também como não é democrático um governante ser avaliado positivamente
por oitenta por cento da população, como se voto tivesse peso e o voto da elite
valesse dez vezes mais do que o voto dos mais de 30 milhões de brasileiros que
Lula e Dilma resgataram da miséria absoluta.